Paira à tona de água
uma vibração.
Há uma vaga mágoa
no meu coração.
Não é porque a brisa
ou o que quer que seja
faça esta indecisa
vibração que adeja;
Nem é porque eu sinta
uma dor qualquer.
Minha alma é indistinta,
não sabe o que quer.
É uma dor serena,
sofre porque vê.
Tenho tanta pena!
Soubesse eu de quê!...
Fernando Pessoa
in Poesia 1918-1930, Ed. Assírio & Alvim,
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
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